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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Coração jovem


Ela é linda

Ela é o meu mundo

Talvez não sejam as palavras certas

Para definir o quanto é esperta

Nós somos jovens

Mas temos coração

E não pertencemos

A essa nação

Nascer nesse mundo enquanto ele se acaba

Não seria possível

Se eu não tivesse você aqui comigo

São apenas as mais sinceras palavras

Do seu lindo


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Conto: Luciana

Luciana

Por Mariana Galdeano

"Dedicado aos meus pais"

 O relógio da praça central da cidade de Laguna mostra duas horas da manhã. Luciana permanece acordada, mesmo sabendo que daqui a três horas e meia terá que se levantar para ir à escola. A madrugada de Laguna, como sempre, estava estática... O silêncio era tão penetrante que gelava a espinha de Luciana. A diversão da menina era ouvir o coaxar dos sapos, enquanto imaginava como seria o tão esperado final de semana na praia.

 Uma vez por ano, a madrinha de Luciana – Dona Filó – levava-a para passar um final de semana na praia. A diversão era completa: sorvete, bóias, piquenique e refrigerantes. A menina havia esperado esse final de semana há meses e com a mesma empolgação desde seus dois anos de vida.

 Havia chegado o grande dia! Após a aula, tia Filó passaria na casa de Luciana com o primo Mateus e o cachorro Jucélio e então todos iriam rumo à praia. Mas havia algo de diferente nos planos de Luciana para o final de semana. Sentada de frente para a janela, olhando discretamente a mala arrumada no canto escuro do quarto, Luciana bolava um plano de dar frio na espinha... Então, com o silêncio súbito, ela adormeceu.

 Eram 06h00 quando Luciana despertou com os gritos da sua mãe para não se atrasar. Levantou um pouco desnorteada, olhou para a escrivaninha, para um mapa que havia achado perto do brejo – o mapa estava sujo, parecia velho e, para a maioria das pessoas, não fazia sentido algum – e colocou-o dentro da mala. Tomou banho, penteou seus longos cabelos negros e sua franja que quase cobria seus olhos azuis – parecidos com duas grandes safiras. Vestiu o uniforme e foi para o colégio.

 Chegando ao colégio, cumprimentou sua amiga Samantha e entraram para mais uma aula cansativa de Literatura. Naquele dia, Samantha reparava o jeito estranho que Luciana se comportava; parecia ansiosa demais, até mesmo para o final de semana na praia.

 - O que foi “Luci”? – perguntou Samantha.

 - Não... Nada! Qual é a próxima aula?

 - Natação. Por quê?

 - Ah, ainda bem! Quero treinar mais um pouco antes de viajar! – exclamou Luciana, com ar de mistério.

 Na realidade, Luciana andava treinando natação há três meses, todos os dias e até mesmo matava outras aulas para treinar. Isso tudo após um passeio que fez com uns amigos ao brejo, para caçar sapos. Desde aquele dia ela só pensar em treinar, treinar e treinar mais. Era uma excelente nadadora desde criança, mas morava no interior e a piscina da escola não era lá essas coisas! Por isso a grande expectativa com as viagens à praia.

 Após a aula, Luciana foi como um foguete para casa. Mal se despediu de Samantha e dos amigos. Entrou em casa, não almoçou, sentou em frente a janela e esperou. Depois de uma ou duas horas, viu o carro de sua madrinha dobrar a esquina e correu pelas escadas da casa como se não houvesse tempo para nada. Sentou no primeiro degrau da escada, ainda de uniforme e observou a maçaneta girar.

 - Faz 17 anos que eu te vejo sentada no mesmo lugar e do mesmo jeito... – disse tia Filó, entrando pela porta.

 - Oi tia! Tudo bom? – Luciana cumprimentou-a – Vamos, tia?

 - Claro! Coloque as suas coisas no porta-malas. Só vou dar um “oi” para os seus pais.

 A euforia era tanta que ela nem ouviu. Entrou no carro, olhou para o primo, para o cachorro, colocou a mala no colo, abriu-a e pegou o mapa; dizia “Mapa pra o Fim do Mundo”. A garota deu um leve sorriso e o guardou. Logo após isso, sua madrinha entrou no carro e começaram a viagem.

 Foram três horas exaustivas de estrada. O Jucélio não deixou Luciana em paz por um segundo, enquanto seu primo cantarolava músicas irritantes. Tudo parecia um verdadeiro inferno diante das expectativas que ela havia formado, até que avistou-se o mar.

 Sua felicidade ficou gravada até hoje, na mente de quem viu. Os olhos azuis pareciam mexer com as ondas, que davam a impressão de dançar lentamente por onde o carro de Luciana passava. Seu sorriso quase não cabia em sua face, que estava molhada de suor e algumas lágrimas. O coração acelerado cobria o som do choque das ondas... E isso tudo durou apenas um minuto. Logo a menina voltou a si e pediu para que Filó fosse rápida, pois queria aproveitar cada momento.

 Chegaram a casa, que era um tanto quanto simpática. Ficava de esquina, em um bairro calmo e pouco frequentado. Tinha a pintura rosada corroída pela maresia e as janelas de madeira. Luciana correu para o quarto para se trocar. Colocou o biquíni e o mapa numa bolsa tira-colo e saiu sem avisar.

 Andou uns três quilômetros até chegar onde queria; a praia do Sol. Era ali o ponto de partida do mapa, que por sinal, já estava em suas mãos. Ela admirava a beleza das ondas batendo nas pedras enquanto olhava para o mapa. Sentou-se na areia e lá ficou olhando... Pensando... E pensando.

 Estava certa do que queria e do que ia fazer! O mapa era simples e ao mesmo tempo complexo, na realidade, uma loucura. Havia uma marca de partida que se localizava na praia do Sol; a praia estava desenhada. Depois, vinha o mar – que era a grande parte- e logo após o mar, o papel terminava. No final do papel, bem onde ele terminava, havia uma marcação que indicava o ponto final.

 Luciana presumiu que deveria ir em direção ao horizonte, em busca do Fim do Mundo. Não quis mais pensar e, por loucura ou coragem, atirou-se no mar. Começou a dar suas braçadas e colocar em prática tudo o que tinha aprendido e treinado durante aqueles três meses. Nadou até não conseguir mais ver a praia. Lutava corpo-a-corpo com as ondas.

 Já estava cansada e quis testar a profundidade que se encontrava. Parou de dar suas braçadas e deixou-se afundar. Foi espantoso o que viu: cardumes gigantescos eram perseguidos por golfinhos, enquanto uma jubarte passava tranquilamente por ali. “Não, o mar não é azul. É verde!”, ela pensava. O ar faltou e Luciana precisou subir para respirar. Sentiu uma correnteza que levava em direção ao horizonte e deixou-se levar...

 Ela já sentia seu corpo enrugando e a sede era algo que não daria para disfarçar. Continuou a dar suas braçadas em direção ao horizonte enquanto ficava cada vez mais fraca.

 Estranhamente, o oceano começou a ter uma pigmentação azulada... E a cada braçada, Luciana tinha a impressão de estar mais perto do chão. Estava exausta e enquanto deixava a correnteza a levar, dormiu. Acordou tossindo, havia engolido água, mas logo sua atenção voltou-se para outra coisa: a água estava na canela e azul... Azul da cor do céu. Olhou para o horizonte e não o viu.

 Naquele momento, Luciana presenciava o encontro do céu e do mar; tornaram-se um. Da mesma cor e tonalidade. Lembrava uma parede bem pintada, não havia defeito algum de tonalidade ou uniformidade.

 Pasma, Luciana tirou todas as forças que lhe restavam para levantar e ir adiante. Seus músculos mal podiam gastar energia e sentia sua boca seca como o deserto. Andou durante duas horas com a água na canela, morna e sem ondas... Até que avistou algo que aos seus olhos, lhe parecia a morte.

 Estrelas, planetas, cometas... O oceano, tão imponente, desaguava universo a fora, como se fosse uma pequenina cachoeira. O céu se esfarelava e virava pó... O som dos planetas era estrondoso, enquanto as estrelas, mudas, brilhavam quase tanto quanto o Sol – que ela não se atreveu a olhar.

 O fim do mundo era ali. Lindo, calmo e mágico. Não havia medo, pânico ou algo parecido... Luciana nunca havia de estar tão bem quanto naquele momento. Olhava ao seu redor como se fosse dona do universo. Sentia o Sol queimar a sua pele de leve, como se fosse um carinho de alguém que a amava.

 Fraca, cansada... Lembrou-se de sua mãe, sua madrinha, da Samantha, do primo e até mesmo do cachorro Jucélio. Queria voltar para casa e contar o que havia visto e vivido, mas por um golpe do destino, Luciana nunca mais conseguiu voltar.

Fim

 

Mariana Galdeano é uma famosa escrito e conceituada comunicóloga (L)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Equilibrio.


Boa noite caros leitores, aqui estou eu pensativo,até demais diga-se de passagem.Não quero afetar nenhuma das pessoas que amo,mais infelizmente,eu acabo transparecendo preocupação, essas pessoas acabam se preocupando comigo.

Pois é, estou pensando na vida,resolvendo alguns problemas passados e pensando no futuro.Tenho projetos em mente e os mesmos precisam sair do papel,e vão sair.

É claro que minha vida esta perfeita, estou rodeado de pessoas que amo e quero bem, família, namorada e amigos.E isso é essencial para nossas vidas, é o que estrutura e nos da força para seguir em frente.

Mais acabo me prendendo em pensamentos que me perseguem, são cobranças que eu mesmo faço, a todo momento.

Bom, é apenas mais um post emo =)


"Se alguém encontrar o equilíbrio, 
venda-me o mapa."
Kléber Novartes